sábado, 1 de agosto de 2009

Geo Raid Serra da Estrela


Chegamos a Serra da Estrela por volta da meia noite. Ficamos alojados com os Mula Raider´s de SantaMaria da Feira num dos Chalés de montanha da Turisestrela. O local era acolhedor e cómodo. Totalmente feito em madeira e com capacidade para seis pessoas é uma excelente opção para um fim de semana na montanha mais alta do nosso pais. Embora tivesse-mos falhado o brifieng ouvimos falar que distância do percusro tinha sido diminuída devido ao enorme calor que se previa para o fim de semana. Embora a parte eliminada (passagem por Linhares) fosse muito bonita e interessante acabou por ser uma boa opção da organização.
Geo Raid Estrela dia 1



A nossa partida foi dada as 08:26h e o arranque em estrada permitiu desde logo velocidades elevadas. A primeira parte do percurso incluía uma descida de cerca de 2º km desde as Penhas da Saúde até S. Gabriel (perto de Manteigas).


A descida era dura e perigosa e ainda no inicio surgiu o primeiro azar… uma queda do Quim, nada de muito grave, apenas umas medalhas no braço e perna. Com a queda tivemos ainda que alinhar e reapertar o selim da bike, nada de grave mas foram cerca de 10 minutos para o tecto. Rapidamente voltamos ao activo procurando recuperar as posições perdidas. A descida convidada a um andamento forte e a vista sobre o vale do glaciar era fantástica. Com a passagem do Rio Zêzere iniciamos a subida ao topo de São Lourenço. Ainda no inicio da subida já se sentia um calor muito forte e já usávamos a água do cantil para nos refrescarmos. O ritmo era forte e conseguimos alcançar muitas equipas que nos tinham passado. Assim que atingimos o topo a leve brisa que se fazia sentir ajudava a recuperar o fôlego. O calor continuava muito intenso e o Joaquim ressentiu-se um pouco do treino na semana anterior e nem sempre conseguimos a velocidade ideal pelos longos e rápidos estradões. Após o abastecimento perto do cume de S. Domingos dirigimo-nos em direcção à Santinha. A parte mais dura da subida foi num serpenteado da encosta com muito arvoredo. Ainda no inicio da só pensava em chegar a fonte a meio da subida.

A água estava gelada e ajudou a revitalizar o corpo e mente… mais um pouco até a Santinha.

O Francisco Moura a tomar um duche.

Uma vez lá em cima a temperatura baixou devido ao vento. Foi bom recordar estes trilhos anteriormente realizados em duas etapas da GR22.

Neste período andamos junto com mais algumas equipas enquanto os km passavam. Esta zona é caracterizada por estradões largos e muito rápidos. O piso é bom e rolante e a paisagem, bom essa é fantástica… Independentemente da cadência da pedalada e do esforço até nos abstraímos disso com a beleza que nos rodeava.

A descida para Manteigas foi dolorosa, custou mais que qualquer subida. Num trilho sinuoso aos “sss” pela encosta abaixo e com uma longa parte em paralelo foi uma coça para os braços e costas… Nem deu para descansar antes da última e longa subida pelo vale do glaciar. Nestes últimos 20 km tivemos a companhia de um sol abrasador com a agravante de não correr nenhuma aragem no vale. Na passagem para a margem este do Zêzere até foi dar um mergulho rápido…

Melhoria instantânea que durou talvez uns cinco minutos até estar completamente seco novamente. Após a passagem foi a rolar no alcatrão até a chegada. Víamos ainda algumas equipa ao funda mas já não dava para lá chegar. Na retaguarda não havia ninguém logo mantemos um ritmo até ao fim.

Geo Raid Estrela dia 2

Ao sinal da largada era impressionante o som da borracha dos pneus a rolar estrada abaixo em direcção a Covilhã. As duas faixas eram tomadas por “bttistas loucos” e sedentos de velocidade. Assim que saímos da estrada esperava-nos logo uma valente rampa cheia de pedra. Para não termos o azar do dia anterior tomamos alguma precaução. O pó no ar era muito e por vezes difícil de seguir junto a outra equipa.

Mal surgia a oportunidade metíamos uma abaixo e passávamos para a frente. Após cerca de 15 km a descer chagamos a Aldeia do Carvalho. Íamos numa óptima posição junto com algumas motas. Alternávamos a puxar e íamos somando lugares. Passada a aldeia o primeiro empeno. A fase inicial era em alcatrão mas a inclinação significativa. Muita gente se juntou e progredimos em conjunto. Ao chegarmos ao cabeço de Vila de Mouros iria iniciar-se a descida para Verdelhos. Nesta comentei com o Quim para atacarmos e passamos várias equipas. Acabou por ser inglório pois após iniciarmos a descida o Quim furou. Dasss…Foi um comboio de equipas que passou por nós ainda por cima porque tivemos imensa dificuldade em desapertar a válvula tubless. Teve que ser “a pedrada”. Com o stress na montagem da câmara escapou um pico no pneu. Após pedalarmos 200 metros lá estava o pneu novamente em baixo. Frustrados mas não desanimados retomamos a prova. A anciã de recuperar o tempo perdido levava a um andamento dos diabos. De facto estávamos fortes. Ritmo forte, água e gel energético foi sempre a abrir até Vale de Amoreira.

Com cerca de metade da prova feita atacamos a longa subida em direcção a São Lourenço. A subida era em estradão de terra batida por entre os pinhais. Excelente zona para pedalar e com muitos caminhos. A subida foi fácil e muito rápida. Mais uma vez passamos pelos camaradas MulaRaiders. Estava em disputa um campeonato interno do Chalé :).

Mais uma vez era frequente encontrar pessoal da organização presentes em vários locais além dos abastecimentos. Lá estava o António Queiroz (Director Prova) a encorajar o pessoal.

Estamos a andar bem e acima de tudo muito satisfeitos a gozar um verdadeiro dia de Btt. No topo encontramos tb os camaradas e irmãos da equipa GR. Mais um breve bate papo se vamos embora. Acontece de tudo nestas provas. Esta equipa um dos elementos andava sem o apoio do pedal de encaixe da bike. Eram adversários directos logo mais uma posição acima.
Ao descer do topo de São Lourenço mais uma vez o Quim furou. E agora nem câmaras tínhamos. Uma equipa desenrascou-nos uma e após o pit-stop regressamos ao pedal. Acho que temos que começar a treinar a mudança de câmaras de ar. Estamos a demorar mt tempo :)

Já só desejava-mos subidas e após o abastecimentos esperava-nos a pior subida o fim de semana. Se a memória não me falha passamos cerca de 14 equipas nestes últimos 20 km de subida. Era muito duro ainda por cima porque o piso estava mau. Alternando com frequência entre a posição sentada e em pé progredimos muito rápido. Nem tínhamos fôlego para falar. Era pedalar… pedalar… Assim que saímos da sombra do arvoredo apanhamos mais uma tosta. Os rostos do resto da malta eram tb de sofrimento e desgaste não só pela distância e altimetria mas tb pelo calor assolador.

Já no topo e a cerca de 5km do final já não víamos nenhuma equipa atrás e a tendência natural seria abrandar um pouco mas o Quim convenceu-me que poderia haver equipas distraídas na fase final. E não é que havia mesmo? O esforço final deixou-me muito cansado mas ia uma equipa logo ali… Já quase nos limites começamos a aproximar-nos até estarmos bem perto mas eles tb não queiram desistir até que um deles para com cãibras. Relaxei logo pois ia tb no limiar . Ainda acabamos por usufruir da quebra deles. A chegada estava já ali e concluímos mais uma duríssima prova. Durante o almoço fala-se em algumas equipas que tiveram azares com desidratação e quedas feias que levaram a alguns ossos partidos.
Bfour / K2Btt

1 comentário:

NANDO_BTT disse...

Oh Quim... Grande empeno. Na Lousã é que vai ser. K2Btt/Bfour ao rubro.

Bons treinos

F. Silva